sábado, 20 de dezembro de 2008

As ruas foram feitas para os carros

Estava pensando hoje. As mulheres devem se arrumar mais que o normal no dia do casamento para que o homem não desita na "hora H". De fato, o casamento me parece algo muito assustador, assim como me relacionar com outra pessoa.

Se relacionar com outra pessoa significa, por hora, abrir mão de parte de quem você é em prol de um bem estar do relacionamento. Ontem por exemplo eu estava conversando com uma amiga minha sobre isso e debatemos sem chegar a um consenso. Deixa que eu conte algo que aconteceu comigo.

Eu fiquei com um garoto durante 3 meses e gostávamos muito um do outro, foi legal mas queríamos coisas diferentes do relacionamento. Eu tinha acabado de sair de um namoro traumático em que tinha sido apunhalada pelas costas e a última coisa que eu queria era um homem pra me fazer odiá-lo. O fato é que o relacionamento acabou sem nós percebermos, não foi ruim, não brigamos e continuamos amigos. Um dia inevitavelmente ele acabou namorando outra moça.
Algo extremamente normal, não fosse pela estranha birra que ela tinha de mim. É estranho como alguém pode achar que tem o direito de se sentir incomodado, ou mal, ou até mesmo chateado com uma pessoa que não conhece. E é mais estranho ainda uma pessoa querer tirar a outra, que teóricamente deveria amar, da convivência de alguém que ela gosta por puro egoísmo."Amor egoísta" uma ironia.
Voltando à história, continuamos conversando por um tempo até que o namoro dele se tornou insustentável com a minha presença. Então ele avaliou que a minha amizade não valia a pena e nunca mais falou comigo. Estranho essa coisa de não falar, quando a gente evita o diálogo é porque não quer encarar uma situação de frente, então foge e finge que nada aconteceu.
Apesar de ter ficado chateada eu fiquei bem. Não tenho raiva dele, apenas acho que é estúpido pensar que um namoro exclui a gente do resto do mundo. Mas ele tem o direito de pensar assim. Uma coisa que aprendi quando tive o coração arrancado é que ninguém tem o direito de interferir na escolha de ninguém. Por mais que seja dolorido e que eu nunca entenda o porque tenho um imã com homens covardes que preferem se calar a resolver as coisas, não é uma coisa que eu possa mudar.
Só por curiosidade, se algum dia ele ver a besteira que é opitar morar em uma bolha por causa de alguém, do jeito que eu sou boba devo perdoar e fingir que nada aconteceu.

As vezes penso que relacionamento é como as vias. Não foram feitos para as pessoas, foram feitos para as máquinas. E o engraçado é que embora, tanto o trânsito quanto o amor, façam uma transferência de valores. Ainda assim todos querem abrir mão de uma tranquilidade para conquistar um bem. No caso do trânsito as pessoas reclamam das ruas cada dia mais engarrafadas e de terem que sair de suas casas para a construção da linha verde. Mas, niguém quer deixar de ter um carro. No casamento a essência é a mesma, todos reclamam da falta de individualidade, mas cobram uma doação integral do conjuje.

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