sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Morando em curitiba


Me disseram que a Linha verde tinha sido inaugurada. Talvez seja por isso que a prefeitura fez um puta investimento numa campanha de publicidade cínica e mentirosa. Eu moro no bairro jardim dos comerciários e trabalho no funcionários, percorro quase toda Linha verde, do ponto em que esta sendo construído o tal novo centro administrativo até o seu inicio na av. dos Andradas.
Primeiramente o tempo de percurso nunca foi e nunca será de 25 minutos, a menos que seja feriado, num dia qualquer, de moto, gasta-se em média 35. Em horário de pico esse tempo praticamente dobra.
O primeiro ponto de engarrafamento é o trecho próximo a Faminas porque naquele trecho não foi possível manter o alargamento da pista, é onde desemboca o trânsito da vilarinho, e os retornos em ambos os sentidos já dão sinais claros de problemas no tráfego. As obras no cruzamento com a Waldomiro Lobo não foram suficientes para liberar o tráfego que fica lento daquele trecho até os viadutos próximos a estação São Gabriel. Para aqueles que estão de carro ou moto é possível acelerar um pouco até o próximo ponto crítico que vai do Minas Shopping ao elevado antes do túnel onde o trânsito praticamente pára. O trecho final da Linha verde é lento, muito lento.
Eu não sei não... talvez a equipe que filmou as cenas para o comercial de tv tenha trabalhado no feriado por que há uma distância enorme entre a “melhor capital do Brasil” e a cidade em que eu moro, principalmente com relação ao trânsito. É... os publicitários que bolaram a campanha chamam Belo Horizonte de “a melhor capital do país”.
É engraçado por que olhando para o que foi feito na Cristiano machado é possível notar uma certa dinâmica tendenciosa no projeto. O espaço destinado aos coletivos não foi privilegiado pelo alargamento de alguns trechos. Eles continuam espremidos na tal pista exclusiva que em horários de pico pára em alguns trechos. Na altura da Silviano Brandão é até cômico os motoristas fazendo das tripas coração para tentar passar da “pista exclusiva para ônibus” para o outro lado da Cristiano machado a fim de ter acesso a entrada para os bairros Goiana e região. No elevado próximo ao bairro floresta os ônibus não trafegam.
Diante da impossibilidade de abandonar o uso cotidiano do automóvel existe uma possibilidade válida. Seria interessante se coubesse a industria automobilista o dever de financiar as próximas obras direcionadas a melhorias no trânsito. Dessa forma, seria ela mesma, com campanhas como essa da prefeitura, a incentivar a compra de carros e motos, afinal é somente o setor automobilístico que lucra com isso. A verba publica destinada a esse fim poderia ser redirecionada para a educação, fazendo com que as pessoas se voltassem mais para o bem publico, privilegiando assim o meio de transporte coletivo. Se bem que as pessoas com maior nível de instrução são as que mais compram carros. E também para a saúde, afinal as pessoas costumam ferir umas as outras no trânsito.

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